terça-feira, 14 de agosto de 2007

Torcedores violentos ganham destaque na mídia argentina

segunda-feira, 13 de agosto de 2007, 21:26 Online, Ansa

http://www.estadao.com.br/esportes/not_esp34118,0.htm

BUENOS AIRES - "Sou inocente", afirmou nesta segunda-feira um dos torcedores do River Plate, suspeito de assassinar outro torcedor, em uma entrevista a uma rádio local. O assassinato a tiros de Gonzalo Acro colocou sob tensão o futebol argentino no fim de semana passado e forçou o governo a suspender a partida entre o River e o Newell´s Old Boys, pelo Torneio Apertura.Os recentes atos de violência representam uma feroz luta de poder, que também tem matizes econômicos, entre torcedores do River, segundo refletiu a imprensa, concordando com a opinião do promotor criminal responsável pelo caso, José María Campagnoli.Alan Schlenker, identificado como um dos líderes de uma facção de torcida organizada do River, rompeu nesta segunda-feira o silêncio e se declarou como um inocente e inofensivo simpatizante de futebol, depois de Adrián Rousseau, outro torcedor violento, ter lhe acusado de ser o autor intelectual do assassinato de Acro.

"É tudo mentira, sou inocente", disse Schlenker em entrevista à emissora local La Red. "Estou preocupado por minha vida, embora não tome cuidados", confessou o torcedor, que admitiu se sentir "triste" pelo que está acontecendo e assegurou que o assassinado era seu "amigo". "A emboscada foi organizada por Alan. Ele tem um álibi, mas há dez dias entraram em contato com dez mercenários", revelou Rousseau a revista Veintitrés.Rosseau integra um grupo de violentos torcedores de um dos clubes de futebol mais populares da Argentina, que enfrenta o grupo liderado por Alan e seu irmão William Schlenker. "Estou muito triste por tudo que aconteceu e está acontecendo. Gonzalo foi muito amigo. Saíamos juntos para correr. Compartilhamos viagens e coisas privadas, amorosas. Tivemos uma amizade de muitos anos, íntima", confessou Schlenker.O torcedor comentou que a relação que mantém com os dirigentes do clube "é a mesma que qualquer sócio tem" e reforçou que não teve participação na venda de passes de jogadores, como denunciaram alguns meios de comunicação. "Nunca fui a favor da violência. Ir ao campo é como um hobby. Passei a não poder ir com freqüência porque estava muito ocupado por meu trabalho. Não tenho nenhum interesse econômico no futebol", defendeu-se.Ele também afirmou que depois da morte de Acro, decidiu não ir mais ao estádio. "A morte de Gonzalo é um fato gravíssimo e que estejam acusando a mim também. Esse dia posso dizer onde estava. Quero que Adrián [Rosseau] vá à Justiça e por favor fale", afirmou. "Se eu vou me apresentar à Justiça? Absolutamente sim", completou antes de agradecer insistentemente ao jornalista que o entrevistou por permitir que ele contasse sua versão dos fatos à mídia.

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