quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Brasil anuncia sete anos de prazo, mas terá no máximo cinco

31/10/2007 - 08h10

Leandro CanônicoEm Zurique (Suíça)

O Brasil tem condições de cumprir as exigências da Fifa até a Copa do Mundo de 2014? Na visão dos políticos brasileiros, do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e também dos seus seguidores, a resposta é sim, afinal o país terá sete anos. Mas não! A realidade mostra um prazo diferente. O país terá, no máximo, cinco anos.
Isso porque as cidades sedes serão escolhidas apenas em dezembro de 2008. Segundo o Ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior, a data ajuda a evitar que os prefeitos dos municípios candidatos façam uso do Mundial em suas campanhas de reeleição ou em auxílio aos seus sucessores nas eleições do próximo ano.
Sendo assim, as sedes brasileiras para 2014 começariam a ser preparadas apenas em 2009. Já em 2013, ano da Copa das Confederações, o país teria de ter condições de receber a competição preparatória para o Mundial. Portanto, os governantes e organizadores teriam no máximo cinco anos para aprontar tudo.
"É verdade, não são sete anos. Mas não vejo problema nisso, porque o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] vai ajudar o Brasil a montar sua infra-estrutura rapidamente", opinou Orlando Silva Júnior.
Simpatizante da campanha brasileira e responsável pelo relatório da inspeção da Fifa, o norte-americano Hugo Salcedo também se equivocou ao dizer que o país sul-americano terá sete anos para as obras. Mas depois consertou.
"Na verdade não podemos esquecer que desta vez fizemos o processo de escolha do país com um ano de antecedência em relação aos outros", declarou Salcedo.
O governador de São Paulo, José Serra, é ainda mais otimista. Na visão dele, é possível realizar todas as mudanças nas cidades em até quatro anos.
"Estaria de bom tamanho se fosse isso, dá para fazer bastante coisa", declarou.Durante o próximo ano, inspetores da Fifa passarão por todas as 18 candidatas para a analisar in loco o que precisa ser feito. Depois, a Fifa e a CBF devem escolher entre 8 e 12 sedes. O número certo vai depender do jogo político.

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