quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Fifa aprova Brasil 'irreal' e minimiza problema da segurança

31/10/2007 - 08h05

Leandro CanônicoEm Zurique (Suíça)

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2007/10/31/ult59u135340.jhtm

Os problemas de segurança no Brasil, dentre uma outra grande lista, são evidentes, mas assim como o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a Fifa prefere minimizar e tratar o Brasil como foi divulgado na apresentação: um país rico em belezas naturais, em franco crescimento e cheio de oportunidades.
Com um eco ao discurso do mandatário da Fifa, Joseph Blatter, que na última terça-feira pediu respeito aos jornalistas e "proibiu" perguntas sobre violência para os brasileiros, o chefe da inspeção ao país disse algo parecido. O norte-americano Hugo Salcedo corroborou também o pensamento de Teixeira.
"Eu entendo que tenha mesmo problemas de segurança, mas nossa missão no Brasil era ver as condições que o país tinha de organizar a Copa. E isso foi visto. O governo tem feito coisas para minimizar esses problemas e vai cumprir. E como Teixeira disse, outros países também tem problemas", falou Salcedo.Sempre política, a Fifa está fazendo de tudo para evitar que esses assuntos sobre segurança, desemprego, fome, entre outros superem o "glamour" do anúncio de que o Brasil será realmente a sede da Copa do Mundo de 2014. No entanto, o tom das conversas com os governadores, por exemplo, é sempre o mesmo.
"Essa é uma bela oportunidade de investir na solução dos problemas, buscarmos soluções para a nossa qualidade de vida. Não discutir isso seria um erro", opinou José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal.Mas a Fifa e a CBF não pensam assim. O debate sobre segurança pública é visto com maus olhos por ambos e inapropriado para o momento. Por outro lado, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso admitiu que o Brasil tem problemas e que será feitas melhorias para soluciona-los.Para a entidade máxima do futebol, porém, é mais apropriado discutir sobre acomodações do que sobre transporte e segurança. "Essa parte do transporte e da segurança será resolvida, o que reflete mais na decisão de uma cidade, por exemplo, é a hospedagem", acrescentou Salcedo.
A partir desta quarta-feira, então, como disse Ricardo Teixeira é "mãos à obra". Só resta o presidente da CBF, junto com o seu Comitê Organizador, definir por onde começar a trabalhar. Problemas, certamente, não faltam. Não pelo olhar da Fifa.

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