quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Morte na Itália: Blog Onde a Coruja Dorme

Mais um...

http://ondeacorujadorme.blogspot.com/2007/11/mais-um.html

A morte de Gabriele Sandri, torcedor da Lazio, é a terceira tragédia do ano ligada ao futebol na Itália que tenho notícia. Antes dele, morto por um tiro disparado por um policial durante uma briga entre fãs da Lazio e da Juventus, haviam morrido também o dirigente Ermanno Licursi, da Sammartinense, e Filippo Raciti, policial de Catania. Todos os três por causa de futebol.Não tenho como afirmar isso com 100% de certeza, mas naquele levantamento de mortes por causa de violência no futebol que fiz, a Itália parece ter os torcedores mais violentos da Europa. Pelo que encontrei, foram 21 mortes desde 1963, de torcedores, dirigentes e policiais.Somente em 2007, essa é a décima morte por causa de violência de futebol que encontrei, em três países: Brasil, Itália e Argentina. A pergunta que sempre faço é: quantas pessoas morreram nesse período por causa de brigas ligadas ao basquete? E ao beisebol? Ao vôlei? Ao futebol americano? Por que só no futebol ocorrem essas coisas?


Comentário UTB:

Não sabemos porque essas coisas não acontecem no beisebol, basquete ou vôlei, mas podemos falar sobre o grupo de países citados: Brasil, Itália e Argentina.
Os três países têm um histórico de incidentes violentos ligados ao futebol, que é o esporte nacional em todos. Os três países têm também estádios ultrapassados, que não se orientam pelas necessidades dos torcedores, têm polícias que adotam estratégias de confronto, repressão e deflagração, e finalmente não atendem aos torcedores no que diz respeito ao serviço social e à informação. A cada incidente violento se declara guerra aos vândalos e se reage com exigências através de leis cada vez mais severas. A Itália já aumentou o número de penas previstas em lei, várias vezes. Com o mesmo resultado: nenhuma mudança. O ódio dos torcedores italianos contra a polícia é impressionante e é capaz de deixar em segundo plano as barreiras clubísticas. A violência do estado e da polícia só gerou mais violência e não menos. O caso é parecido no Brasil e na Argentina.
Do outro lado, temos países como a Alemanha, Inglaterra e Holanda que renovaram os estádios, mudaram as estratégicas dos seus policiais e criaram instituições para atender aos torcedores. Com isso se saiu do circulo vicioso de aumento, cada vez maior, da violência. A interlocução entre torcedores e dirigentes começou a ser incentivada. Medidas preventivas, que tendem a evitar a deflagração de situações de tensões de massa foram implantadas.
É isso o que podemos aprender com os acontecimentos na Itália, porque lá se cometem os mesmos erros que no Brasil. Estamos falando de propostas básicas da UTB: atendimento aos torcedores, estádios orientados pelas necessidades dos torcedores e uma mudança da estratégia da polícia.
É possível, que nós não estejamos falando dos torcedores mais violentos, mas dos países mais violentos. Aliás, isso pode ser uma explicação para o fato de não haver a mesma violência no beisebol, basquete e vôlei. Em nenhum dos países citados, esses esportes possuem um significado parecido com o do futebol.


Mais:
http://torcedoresbrasil.blogspot.com/2007/11/itlia-morte-de-um-torcedor.html

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