quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Projeto inclui estádios ociosos após o Mundial

31/10/2007 - 09h02

Marcelo NinioEnviado especial da Folhapress Em Zurique (Suíça)

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2007/10/31/ult59u135331.jhtm

Pelo tamanho e pela localização dos estádios, há o sério risco de o projeto da Copa-2014 no Brasil gerar elefantes brancos modernos, após o evento.

Há a proposta de quatro novas arenas e a reforma e renovação completa de outras 14. A CBF estima gasto de 1,1 bilhão de euros (R$ 2,7 bilhões) de recursos privados. Mas pelo menos 11 projetos envolvem dinheiro público, revelou a "Folha de S.Paulo".

Em média, os 18 estádios teriam 53.147 lugares. Esse número deve subir quando forem cortadas cidades menores, com arenas mais reduzidas. Na Copa da Alemanha, os estádios eram quase do mesmo tamanho: 52.900 lugares, em médiaSó que o Campeonato Alemão teve média de público de 37.644, na edição 2006/2007. O Brasileiro, chegou a 16.349 pagantes na atual edição, após crescimento de mais de 20%.

Além disso, das 18 cidades brasileiras, nove não têm sequer jogos da Série A do Nacional. São os casos de Fortaleza, Salvador, Maceió, Campo Grande, Cuiabá, Manaus, Rio Branco, Belém e Brasília.Os sete estádios que serão reformados nestas cidades são dos governos dos Estados. As outras três arenas seriam concebidas por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs).

"A princípio, o governo fará uma concessão [estádio]. Caso não tenha investidor, o governo assumiu", disse o secretário de Esporte de Mato Grosso, José Joaquim. A estimativa é que o Verdão custe R$ 350 milhões.

Essa fórmula é adotada em vários estádios em que há menor atração do futebol. Para tornar viáveis as arenas, os políticos acenam com a transformação em arenas para shows.

"Pode-se receber equipes para pré-temproada", contou o secretário de Esporte de Campo Grande, João Rocha, sobre o Morenão, com custo estimado em R$ 150 milhões.

Times dos dois estádios do Centro-Oeste não estão sequer na Série B do Brasileiro. Já no Pará, a única equipe na Segundona, Remo, está para cair. O Mangueirão, de Belém, será reformado e gerido pelo Estado, que gastará R$ 52,8 milhões.

Em Manaus, o Vivaldão, com 40.550 lugares, também receberia só times da Série C. Os novos Arena Zagallo e Estrelão, em Maceió e Natal, teriam um time cada na Série B.

Não apareceram investidores internacionais para esses estádio até agora. Já houve interesse de empresas, como Luso Arenas e IMG, para Maracanã e Mineirão. Nestes casos, os governos dos Estados farão licitações para concessões.

"As regras não prevêem cessão para clubes, mas para empresas", contou o secretário de Esporte de Minas Gerais, Gustavo Corrêa.

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