sábado, 17 de maio de 2008

De volta aos braços da nação tricolor

16/05/2008

STJD extinguiu pena de portões fechados e, no Pleno, punição do Bahia caiu de sete para apenas três partidas

Eduardo Rocha

http://www.correiodabahia.com.br/esportes/noticia.asp?codigo=153807

O torcedor está liberado para acompanhar o Bahia na Série B. A quarta sessão no Pleno do STJD desde o anúncio da pena imposta em 28 de novembro finalmente analisou o recurso e reduziu a punição de sete para três partidas sem mando de campo. A multa caiu de R$80 mil para R$30 mil e a decisão paralela de extinguir nacionalmente a punição com portões fechados beneficiou o clube.
As resoluções representam o fim de uma série de batalhas jurídicas desde o episódio trágico da Fonte Nova, no dia 25 de novembro de 2007. O Bahia foi enquadrado nos artigos 211 e 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva pela invasão do gramado na partida contra o Vila Nova-GO, pela terceirona do nacional. Na ocasião, o time conquistou o acesso, mas sete pessoas morreram na queda de parte da arquibancada do estádio. Alheios ao desastre, centenas de torcedores entraram em campo para comemorar.
O auditor Rubens Aprobatto votou no sentido de manter a pena, mas o presidente Rubens Aprobatto desempatou a pendência em prol da redução. A “dupla personalidade” lhe assegurou os dois últimos votos dentre os sete no Pleno do STJD. O três a dois se transformou em quatro a três e o clube cumprirá suspensão apenas nas partidas contra Barueri (31/05) e Paraná (14/06), quarta e sexta rodadas, já que enfrentou o Fortaleza sem público no último sábado (Leia matéria sobre Pituaçu na página 15).
Entenda. Com a anulação dos artigos 52 e 54 do Regulamento Geral de Competições da CBF, está extinta a pena de portões fechados no Brasil.
Como a questão foi julgada imediatamente antes do caso do Bahia, o tricolor será o primeiro beneficiário. Ou seja, contará com a presença do torcedor, mas longe do seu mando de campo. A questão agora é interpretativa. A casa em discussão é a Fonte Nova, cenário do incidente, ou o Jóia da Princesa, estádio indicado para a Série B?
Bahia e FBF lutam para que o parecer da CBF aponte o Octávio Mangabeira. Dessa forma, Feira de Santana poderia continuar recebendo as partidas, agora com portões abertos, praticamente anulando a pena.

Restaria, no entanto, outra pendência: a distância a ser respeitada. “Antes eram 150km, só que isso ainda não está definido. Feira fica a apenas 108km de Salvador, mas amanhã (hoje) vamos ter uma reunião com o presidente Ricardo Teixeira (CBF)”, analisou o presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues.
A tendência é que o intervalo exigido fique em 100km, o que viabilizaria o estádio da Princesinha do Sertão. Caso extrapole o limite, as cidades de Vitória da Conquista e Itabuna surgem como principais candidatas a receber o Bahia nas duas partidas. “São os dois que atendem o Estatuto do Torcedor dentro do estado. Alagoinhas também atenderia, mas não tem iluminação”, lembra Ednaldo.
Tanto o Lomanto Júnior quanto o Luiz Viana Filho têm capacidade para 15 mil pessoas. O reduto do Conquista teve média de 9.013 torcedores por partida no Campeonato Baiano, a maior de todo o estadual. O mando do Itabuna contabilizou 6.800, ainda assim muito superior aos 3.710 registrados pelo tricolor da capital no Armando Oliveira e em Feira de Santana. O problema maior seria a distância, fator determinante no burburinho de que o Batistão, em Aracaju, entraria na parada.

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