quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Governo libera R$ 400 milhões para estádios da Copa 2014

DCI, 28/out

Uma linha de crédito de R$ 400 milhões por unidade será disponibilizada para reforma e construção de estádios nas cidades que serão sede de jogos da Copa do Mundo de 2014. O financiamento será válido tanto para estádios públicos quanto privados. As obras deverão incluir questões relativas acessibilidade nos arredores dos estádios.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá financiar até 75% do custo da obra, sendo o teto máximo de R$ 400 milhões. O prazo de carência nas operações será de três anos, e os tomadores terão 12 anos para quitar a dívida. Será cobrada a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 1,9% ao ano nas operações.

Segundo o ministro do Esporte, Orlando Silva, o modelo de financiamento será apresentado para aprovação na próxima quinta-feira em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Em reunião realizada ontem entre ministros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram discutidos também os projetos de mobilidade urbana apresentados pelas 12 cidades onde haverá jogos da Copa do Mundo.

De acordo com Orlando Silva, o presidente determinou que seja organizada uma reunião com representantes das cidades para fechar acordos específicos. Nos próximos dias, deve haver uma decisão, política agora, com governadores e prefeitos sobre as propostas que eles apresentaram, informou o ministro.

Meirelles

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reafirmou ontem que o governo brasileiro foi rápido na adoção de medidas para enfrentar a crise econômica internacional. Em especial na área do BC, que liberou quase US$ 100 bilhões do compulsório bancário, vendeu US$ 14,5 bilhões no mercado vista e promoveu leilões de mais US$ 33 bilhões em swaps cambiais (contratos de trocas de ativos).

Meirelles ressaltou que o Brasil entrou na crise financeira internacional, em setembro de 2008, com fundamentos macroeconômicos sólidos, o que possibilitou ao País enfrentar as turbulências econômicas em melhores condições econômicas do que a maioria dos países emergentes.

As afirmações foram feitas durante reunião com a bancada do PMDB na Câmara. Meirelles foi saudado pelo líder do partido na Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN). Recentemente, Meirelles se filiou ao partido, e deve disputar a eleição para o governo de Goiás em 2010.

A Copa do Mundo de 2014, que vai ser disputada no Brasil, já começa a se tornar realidade para a economia brasileira. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem recursos para reforma ou construção de estádios, via linha de crédito especial que terá teto de R$ 400 milhões para cada estádio. A instituição poderá financiar até 75% do valor total da obra, e cobrará uma taxa formada pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 6,25% ao ano, mais um adicional de 1,9% anuais. Os tomadores terão prazo de carência de três anos, mais 12 anos para quitar a dívida.

Gigantes do setor de infraestrutura, como construtora Norberto Odebrecht, Camargo Corrêa, Voith Siemens e Engevix, estão com planos prontos e só aguardam que o governo defina a modelagem dos projetos para a Copa, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, para participar da disputada verba superior a R$ 90 bilhões que deverá ser liberada até o final do ano.

A Odebrecht afirma estar de olho na licitação para a adequação dos estádios Fonte Nova (Salvador-BA) e Olinda-Arena (Recife-PE) para a Copa. "O futuro vai depender da definição que o governo der ao modelo a ser adotado para o setor privado nestes projetos", diz Luiz Roberto Chagas, diretor da Odebrecht.

Já os fabricantes de máquinas para construção estão de olho no volume adicional de equipamentos que será demandado para as obras de preparação para a Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016. A Case, do Grupo Fiat, vê o próximo ano com muito otimismo, não só pelas projeções para os eventos esportivos, mas por conta do ano eleitoral. "Historicamente, há um incremento nesse período", afirmou ao DCI o diretor comercial da Case, Roque Reis. Em uma estimativa conservadora, a fabricante aguarda alta entre 15% e 20%. Depois de 2010, a expectativa é de que as obras nas cidades-sede da Copa se intensifiquem. Segundo cálculo preliminar do diretor da Case, a cada R$ 1 investido, estima-se que de R$ 0,15 a R$ 0,20 serão em equipamentos.

O presidente da Volvo Construction Equipment para a América Latina, Yoshio Kawakami, também afirma que a movimentação de mercado já existe, o que traz boas perspectivas para o setor. "Essa movimentação deverá ser maior a partir do próximo ano", disse. A maior expectativa no momento é sobre os projetos que serão lançados em 2010.

As empresas esperam também o anúncio das diretrizes para um modelo de concessão dos principais aeroportos do País. A expectativa é de que a definição saia nas próximas semanas. O setor de energia também chama a atenção das construtoras. A Usina de Belo Monte, no Pará, por exemplo, é um projeto que deve custar R$ 16 bilhões.

Operadoras de energia, e até os clubes de futebol, também já começaram seu planejamento financeiro para os investimentos que serão necessários para sediar a Copa daqui a cinco anos.

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