Torcida do Liverpool é a mais 'baderneira', diz Uefa

http://noticias.correioweb.com.br/materias.php?id=2709266&sub=BBC

Da BBC Brasil, 04/06/2007, 08h22-

Um estudo da Uefa – o órgão máximo do futebol europeu – afirma que a torcida do Liverpool é a que tem o pior comportamento no continente.
Os "reds" ("vermelhos"), como são conhecidos na Grã-Bretanha os torcedores do time, estiveram envolvidos em mais confusões nos últimos quatro anos que qualquer outro grupo de fãs de clubes europeus.
Na final da Liga dos Campeões da Europa, no fim de maio, torcedores sem ingresso provocaram baderna do lado de fora do estádio em Atenas, na Grécia. A administração do Liverpool, no entanto, criticou o esquema de segurança.
O porta-voz da Uefa William Gaillard disse que o caso foi apenas "o último exemplo". "Que outros fãs roubam ingressos da sua própria torcida ou das mãos de crianças?", perguntou Gaillard.

Troca de acusações
No documento, o comportamento da torcida do clube inglês durante a final em Atenas – em que o Liverpool foi derrotado pelo Milan por 2 a 1 – é duramente criticado, e os fãs vermelhos são responsabilizados pela "maioria dos incidentes".
"Houve 25 incidentes envolvendo torcedores do Liverpool fora de casa desde 2003 e todos estão no relatório. A maior parte da torcida de outros clubes não provoca badernas."
Por outro lado, o Liverpool produziu um relatório que acusa o esquema de segurança montado para a final em Atenas pela baderna.
O executivo-chefe do clube, Rick Parry, afirmou que as "limitações na administração da situação em Atenas estavam aparentes para todos" e lembrou que recentemente a torcida "vermelha" foi "elogiada pelo presidente da Uefa, Michel Platini, por seu comportamento na vitória da semifinal da Liga e premiada por seu comportamento na final da Liga dos Campeões da Europa em 2005, em Istambul, na Turquia".
A troca de acusações entre a Uefa e o Liverpool envolveu até o prefeito da cidade-natal dos Beatles, Paul Clark. "A Uefa parece estar tentando se livrar da culpa pela desorganização da final", teria dito o prefeito a um jornal local.
Muitos torcedores entraram no estádio com ingressos falsificados ou mesmo sem ingresso. A confusão começou antes do início da partida, quando muitos estavam presos na multidão reunida do lado de fora.

Ingressos
A polícia disse aos torcedores que passavam pelo penúltimo ponto de controle para diminuirem o passo e até parar, enquanto as tropas de choque formavam um cordão de isolamento para evitar que outros torcedores entrassem nas filas ou atravessassem o ponto de controle.
A torcida do Liverpool também reclamou do número limitado de ingressos à disposição dos clubes, 17 mil para cada lado, já que o estádio comporta 63 mil pessoas.
Dos 17 mil, o Liverpool só conseguiu vender 11 mil, já que o resto foi distribuído entre patrocinadores e ex-jogadores.
"A pergunta que se tem que fazer é por que, nas mesmas condições, não houve confusão entre torcedores do Milan", disse o porta-voz da Uefa.


RESPOSTA DA FSF:

FSF to Collate Champions League Evidence Dossier

http://www.fsf.org.uk/news/news0040-eventsinathens.html

Thursday 24th May 2007
The Football Supporters' Federation (FSF) is collating a dossier of supporters' experiences at the Champions League final in Athens in an effort to ensure that the voice of fans is heard and to learn the lessons for future finals.
The FSF, who provided a “Fans' Embassy” advice and information service for Liverpool supporters attending the game, has rejected the conclusions of UEFA spokesperson William Gaillard. Gaillard blamed the behaviour of Liverpool fans for the problems at the stadium, which included the use of batons and tear gas by police, and numbers of fans with genuine tickets being denied access to the stadium.

Kevin Miles, International Co-ordinator for the FSF said:
“Blaming Liverpool fans' behaviour is not only a premature sweeping generalisation, it's also well wide of the mark.
"The issue of forged tickets was a significant contributory factor, but it was one identified well in advance and it should have been possible to have dealt with it. We would condem anyone who produces forged tickets, but it's impossible to judge whether anyone in possession of one has bought it in good faith or not.
“A well-organised admission system prevents entry with a forgery - look at the World Cup in Germany; but what use are holograms and bar codes on genuine tickets if these aren't checked on entry?
“Why was a game of this importance held in a stadium without turnstiles? The authorities in Athens had no way of measuring how many people had entered the stadium at any stage; this led to dangerous over-crowding inside, and fans with genuine tickets being locked out.
“Of course, the pressure on Liverpool fans to buy tickets on the black market in the first place was exacerbated by the allocation system which gives so many tickets to sponsors and the like.”
Many Liverpool fans faced rough treatment at the hands of the Greek police, including children affected by that least discriminating of police measures, tear gas. Problems involving inadequate stewarding, flight delays and cancellations were also reported to the FSF's fans' embassy.
The FSF is appealing to fans to come forward with their own first-hand witness testimony to build up a comprehensive picture of events in Athens in the form of a dossier which will be presented to UEFA and governmental authorities in an attempt to influence big match arrangements in the future.

All supporters are asked to email the FSF here with details of their experiences in Athens.