Deve ser culpa das torcidas organizadas.
23/07/2007 07h10
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Anderson Rodriguese Kati DiasEnviados ao Rio
Nada justifica a violência, seja no esporte ou no cotidiano social. O Rio e, principalmente a torcida brasileira, deram um péssimo exemplo ontem. Mostramos – incluem-se aqui todos – que somos péssimos anfritriões com as confusões que ocorreram nas finais do handebol e do judô.
A rivalidade com Cuba e Argentina ultrapassou os limites. Tivemos exemplos deploráveis, inclusive de ex-ídolos, como Aurélio Miguel e Oscar Schmidt.
No handebol, a torcida pegou no pé dos argentinos.
Vaias e xingamentos ocorreram durante toda a partida, que acabou em troca de acusações e pancadaria entre os jogadores. Torcedores invadiram a quadra do Riocentro e a Força Nacional de Segurança estava despreparada, sem saber como agir diante da briga. Só após os socos, minutos depois, é que entrou para acalmar tudo.
Oscar, o Mão Santa, deixou de torcer e soltou o verbo contra um jornalista argentino. “Argentino não sabe perder. Bati 20 anos em vocês!”, sem falar nos palavrões e na vontade que ele teve de descer da tribuna para resolver as divergências no tapa.
No tatame
O clima também esquentou no judô. Uma decisão equivocada do árbitro dominicano Juan Chalas deixou a torcida muito irritada, que esqueceu-se de ser uma boa anfitriã e então passou a agredir os cubanos.
Revoltados, os ex-atletas da delegação também ficaram com os ânimos exaltados e quase sobra para o locutor Maurício Torres, da Record, que estava ao lado de Aurélio Miguel na confusão.
O tricampeão olímpico de boxe, Teófilo Stevenson, tentava, em vão, segurar os compatriotas mais irritados.
Quase que a pancadaria sobra para os jornalistas. Após a delegação cubana ser retirada da tribuna, a imprensa subiu para entrevistar Aurélio Miguel.
Mais de 20 soldados da Força Nacional de Segurança tentaram nos retirar à força. Um deles, inclusive, pegou no meu braço com força. Revoltado, um colega da France Press ignorou a patente dele e pediu para me soltar e nos deixar trabalhar.
Os dirigentes brasileiros tentaram amenizar as brigas, mas a organização dos Jogos Pan-Americanos ficará marcada por causa de toda esta bagunça generalizada.
As rivalidades são saudáveis, desde que não gerem rixas que podem afetar a imagem do Brasil no exterior.
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