segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Torcedor consumidor

Carneiro Neto - 03/08/2007

http://www.cbncuritiba.com.br/index.php?pag=noticia&id_noticia=11161&id_menu=115&conjunto=&id_usuario=¬icias=&id_loja=

De vez em quando os cartolas ressurgem, invariavelmente provocando polêmicas, como aconteceu com o dono do Atlético (sic) Mário Celso Petraglia, que, em meio a nova campanha ruim do time, fez declarações bombásticas.

Não vou entrar no mérito da questão de ele ter afirmado que é o dono do Atlético e muito menos do desejo da troca de nome. No primeiro caso, como aconteceu com Onaireves Moura na Federação, com Eurico Miranda no Vasco ou com Ricardo Teixeira na CBF, por exemplo, trata-se de engenharia estatutária manipulada por cartolas com ânsia de poder; no segundo caso, do jeito que o Atlético está se esvaziando a preocupação não deveria ser com o nome mas, isto sim, com a recuperação técnica da equipe e, conseqüentemente, com o resgate da torcida que não é falaciosa. Muito pelo contrário, a torcida sempre foi o sustentáculo do clube através dos tempos, pois sem ela o Atlético já teria desaparecido.

Acontece que na execução do processo de exclusão de ex-presidentes e dirigentes que ajudaram o clube por amor, muitos com conhecimento de futebol que não vão mais aos jogos, o torcedor comum passou a ser tratado como consumidor. Ou seja, em vez dos grandes times e das grandes conquistas para arrastar a multidão, o Atlético passou a ser pragmático como qualquer empresa que apresenta o balanço com lucro.

E o seu apaixonado torcedor começou a receber mensagens de que deveria adquirir os ingressos mais caros, os pacotes anuais, tornar-se sócio com direito a voto, etc. Muitos atenderam ao apelo, outros, por falta de recursos ou simples desmotivação, não.

Com o torcedor transformado em consumidor, ele passou a raciocinar como tal: se o produto é ruim ele não compra. Daí o fracasso da campanha para novos sócios e a queda vertiginosa de público na Arena da Baixada.

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