quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Por Copa, São Paulo é desalojado pela CBF

São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Morumbi troca de mãos em jogo da seleção, que é teste para Mundial-14
Até camarote da diretoria, local onde Juvenal Juvêncio assiste aos jogos, foi cedido à confederação, que fará instalações temporárias

RODRIGO MATTOS DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma prévia do Mundial-2014, o São Paulo cedeu integralmente a gestão do Morumbi à CBF desde a semana passada para a organização do jogo Brasil x Uruguai, pelas eliminatórias da Copa de 2010, na quarta-feira. A intenção do clube é agradar à entidade, que, juntamente com a Fifa, decidirá as sedes da competição.

Um símbolo da ocupação do estádio é que até o presidente são-paulino, Juvenal Juvêncio, terá de abdicar de seu lugar preferido para assistir aos jogos. Com 27 lugares, o camarote da diretoria foi cedido para a confederação brasileira. Um nível acima da geral e no centro do campo, tem os lugares com a melhor visão do gramado.

O cartola são-paulino terá de acompanhar a partida em um camarote mais abaixo, com 40 lugares. Antes do acordo para usar o Morumbi na Copa, Juvenal era desafeto de Ricardo Teixeira, da CBF, e enfatizava a independência de seu clube.

Agora, sair de seu lugar preferido é só uma das concessões. O camarote dos conselheiros são-paulinos, com 195 lugares, também foi entregue à CBF.

A entidade já está fazendo uma instalação provisória dentro desse espaço para colocar um espaço VIP para seus convidados, em boa parte políticos. Outros dois camarotes, de 27 lugares, também ficarão para os escolhidos da confederação.

Com o estádio nas mãos, a CBF promoverá alterações na área de imprensa. Aumentará o espaço para entrevistas, considerado pequeno para os padrões Fifa, como mostrou seu relatório sobre o Brasil.

Além disso, foram feitas reformas, essas definitivas, nos bancos de reservas, que cresceram para abrigar o time inteiro reserva, como manda a Fifa.

Desde a semana passada, o estafe da confederação e da Federação Paulista de Futebol assumiram o Morumbi e têm trabalhado nas modificações da estrutura do estádio.

O São Paulo fornecerá alguns poucos funcionários para atuarem na organização do jogo, como as equipes de monitoramento de câmeras e de faxina. Eles serão pagos com dinheiro da arrecadação da partida.O clube ainda receberá o aluguel pela utilização da arena. Em mais uma concessão, haverá um abatimento no valor padrão cobrado pelo São Paulo.

Para outros clubes, o São Paulo estabelece taxa de 15% da renda para jogos noturnos. Reduziu para 12% na partida da seleção. A CBF pediu novo abatimento e deve pagar só 10%.

"Haverá uma boa renda. E a questão não é só da receita. Queremos atender bem a CBF porque há um protocolo que tem que ser seguido para a Copa do Mundo", explicou o diretor financeiro do São Paulo, Oswaldo Vieira de Abreu.

A expectativa do São Paulo é que a renda alcance R$ 4 milhões, o que daria ao clube em torno de R$ 400 mil, valor bem superior ao obtido na maioria dos jogos do time no Brasileiro. Isso porque já foram vendidos todos os 56.700 ingressos destinados ao torcedor comum -com preços bem superiores aos das partidas são-paulinas.

Os camarotes alugados por empresas e pessoas são uma das raras partes do estádio que a CBF não controlará. Seus donos poderão usá-los, desde que comprando ingressos.

Para a Copa-2014, a cessão do Morumbi terá de ser mais abrangente. O caderno de encargos da Fifa prevê que será feito um contrato com o administrador do estádio, que o entregará integralmente à entidade e ao comitê organizador.

Assim, todos os acordos comerciais feitos pelo São Paulo estarão suspensos durante o evento, como direitos sobre camarotes, sobre placas de marketing ou o nome do estádio.

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