quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Todos lamentam, porém garantem Copa no Brasil

DE GENEBRA DA REPORTAGEM LOCAL DA SUCURSAL DO RIO

Folha de SP, 27.11.07

Apesar de lamentar a tragédia na Fonte Nova, a Fifa informou ontem que a nomeação do Brasil a sede da Copa de 2014 não foi afetada. Tal sentimento foi replicado pelo ministro do Esporte, Orlando Silva Jr.
Com seu presidente, Joseph Blatter, na África do Sul, a entidade máxima do futebol lamentou "profundamente" o acidente, mas ressaltou que o estádio não fora vistoriado quando a candidatura do Brasil foi examinada. "Este triste acontecimento não terá impacto na nomeação do Brasil como sede dessa competição", informou comunicado da entidade.
Segundo a Fifa, o "trágico acontecimento" na Fonte nova mostra a importância de que os estádios sejam construídos de forma "cuidadosa" e que recebam "manutenção regular".
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., que visitou ontem a Fonte Nova, sugeriu implodir o que restou do estádio. "Minha impressão é de que o custo de uma reforma, do jeito que o estádio está, não compensa. É melhor implodir. Mas tudo tem de ser analisado", disse Silva Jr., via assessoria.O ministro negou que verba federal será usada na reconstrução. Repetiu que clubes ou donos de estádios devem buscar interessados junto à iniciativa privada. E adotou o bordão da Fifa. "A Fonte Nova não estava no projeto [da Copa-14].
"Agora, o Bahia será alvo de ação no STJD. "Vamos oferecer denuncia contra o Bahia, pedindo concessão de liminar. Os artigos serão o 211 e o 213. Pelo primeiro, a multa vai de R$ 1.000 a R$ 10.000, além da interdição. Pelo segundo, a perda de mandos de 1 a 10 partidas e multa de R$ 10 mil a R$ 200 mil", declarou Paulo Schmitt, procurador-geral do STJD.
O 211 é deixar de manter o local do jogo com a infra-estrutura necessária a garantir segurança, e será aplicado pela seção da arquibancada que cedeu. O 213, deixar de tomar providências para evitar desordem, pelas invasões do gramado.Para ele, o Bahia não pode se escorar no fato de o estádio ser do Estado. "Ninguém obriga o clube a indicar tal estádio."A Justiça comum também entrará em ação no episódio.""Há responsabilidade do proprietário do estádio, [o governo do Estado]. Pelo Estatuto do Torcedor, a entidade organizadora do evento, a CBF, e o mandante, o Bahia, também respondem e as penas podem ser até de destituição de seus presidentes ou dos dirigentes encarregados por eles de zelar pela segurança", opinou Gustavo Oliveira, do conselho deliberativo do IBDD (Instituto Brasileiro de Direito Desportivo).
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse desconhecer laudo que condenava partida na Fonte Nova. "Não posso falar mais do que vocês viram na televisão. Não recebi nenhum relatório e não posso falar sobre isto", disse o dirigente. No site da CBF, o dirigente publicou nota. Nela, lamenta o desastre ocorrido no domingo.

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