sábado, 26 de abril de 2008

Torcedor comum fica sem ingresso no Palmeiras

Clube destina bilhetes do jogo de amanhã apenas para conselheiros, sócios e torcidas uniformizadas

Sábado, 26 abril de 2008, Daniel Akstein Batista

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O torcedor comum do Palmeiras que sonhava ver seu time no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, amanhã, vai ter de mudar de planos e assistir à primeira partida da final do Estadual pela televisão. Os ingressos destinados aos palmeirenses não foram comercializados em nenhuma bilheteria. Todos acabaram sendo vendidos ontem diretamente para as torcidas uniformizadas, associados e conselheiros.

Na reunião de terça-feira, na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF), ficou definido que cada torcida visitante teria direito a 2.600 ingressos. A Ponte, assim, receberá o mesmo número para o segundo confronto da decisão, no domingo, dia 4. “Mas só recebemos 2.300”, reclamou Ébem Gualtieri, vice-presidente palestrino. “É a encomenda que fizemos, e os ingressos já têm destino certo.”

O destino a que se refere o dirigente: associados do clube, conselheiros, convidados e, principalmente, as torcidas organizadas. Mancha Alviverde, TUP e outras uniformizadas encomendaram cota de ingressos antecipadamente. “Pagaram por eles”, justificou o vice-presidente do Palmeiras.

A Mancha, aliás, já vendia em seu site as entradas antes mesmo de serem entregues ao Palmeiras. Por R$ 50,00, o associado garantiria o bilhete mais a passagem para Campinas na caravana da organizada.

Segundo Gualtieri, o Palmeiras não tinha condições de comercializar os ingressos nas bilheterias de seu estádio, pois o mando é do rival, ressaltou. “E imagina vender só poucos ingressos”, ponderou. “Ia dar confusão, íamos apanhar aqui dentro do Palestra.”

Até a noite de quinta-feira o Palmeiras não informava como seria a venda dos ingressos. Ontem, porém, a diretoria praticamente ignorou o torcedor comum ao informar que as entradas não seriam comercializadas para ninguém - a não ser para aqueles que já haviam feito pedido com antecedência.

O dirigente palmeirense não abriu polêmica em torno dos 300 ingressos que faltaram. Em sua avaliação, provavelmente a Ponte os teria vendido em Campinas e descartou a hipótese de pedi-los. O clube campineiro negou qualquer deslize e informou que a BWA, empresa que fabrica e comercializa os ingressos, era responsável pelo repasse ao Palmeiras. O Estado tentou contato com diretor da BWA, no início da noite, mas seu celular estava desligado.

FESTA GARANTIDA

Os 15 mil ingressos para a torcida da Ponte foram vendidos em poucas horas, em Campinas, na quinta-feira. Houve confusão nas filas formadas no Moisés Lucarelli e a Polícia Militar teve de intervir. No jogo de volta, no dia 5, no Palestra Itália, cerca de 27 mil ingressos vão ser colocados à venda. E, para desespero do torcedor, a diretoria palmeirense deve aumentar o preço das entradas de alguns setores - a arquibancada, no entanto, seguirá com o valor de R$ 40,00.

Além de decidir em casa, o Palmeiras tem a vantagem de jogar por dois empates para conquistar o título paulista.

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