sexta-feira, 20 de junho de 2008

Ministro do TCU que chefiou delegação se diz amigo de Teixeira

17/06/2008 - 10h24

HUDSON CORRÊA, da Folha de S.Paulo, em Brasília

http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u413015.shtml

Por meio de sua assessoria, o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Marcos Vinicios Vilaça, afirmou ter atendido "a um convite pessoal" do presidente da CBF, Ricardo Teixeira ao aceitar chefiar a delegação da seleção brasileira em Assunção, no Paraguai. E disse ser amigo do cartola.
O TCU fiscalizará gastos públicos com a Copa de 2014, que será organizada pela CBF.
Como o ministro informou que não daria entrevista, a reportagem perguntou por escrito se a CBF pagou as despesas dele com a viagem ao Paraguai.
Sem responder à pergunta, a assessoria informou, desta vez, que o ministro está de férias e que recebeu o convite por ser um "conhecedor do futebol". Ele já presidiu o Náutico.
Vilaça também argumentou, via assessoria, que não foi ele quem propôs a fiscalização na Copa-2014, mas sim o seu colega ministro Aroldo Cedraz, que comandará o trabalho.
Em 31 de outubro do ano passado, Cedraz pediu a criação de um grupo de trabalho no tribunal para fiscalizar os gastos públicos com a Copa-2014 prevendo que "o governo assumirá significativos encargos".
Ao propor a fiscalização, Cedraz citou que o tribunal encarregara Vilaça de acompanhar os gastos do Pan-Americano do Rio, no ano passado.
Um mês depois, também no plenário do TCU, Vilaça afirmou que, depois do Pan do Rio, o próximo desafio será fiscalizar a Copa-2014 e considerou preciosa a iniciativa de Cedraz de propor o grupo de trabalho.
Vilaça ainda lembrou que os gastos estimados de R$ 500 milhões para o Pan alcançaram a marca de quase R$ 4 bilhões.
Na ocasião, Vilaça pediu ao TCU que determinasse uma fiscalização para localizar material esportivo comprado para treinamento e competições no Pan-Americano.
Os equipamentos estariam estocados, sem uso, conforme relatou o ministro.

Vasco

Vilaça já tomou decisões em outro processos sobre futebol. Em agosto do ano passado, ele manteve decisão do TCU que anteriormente mandara o governo federal rescindir contrato que permitia ao Vasco usar, gratuitamente, uma área de 485 mil m2 em Duque de Caxias (RJ) para construção de um centro de treinamento.
Há mais tempo, em 1993, o ministro recebeu um processo de pedido de informações sobre as atividades da CBF feito por um deputado federal.
No site oficial, em notícia sobre o jogo contra o Paraguai domingo, a CBF lembrou que o ministro da TCU já foi um cartola do futebol, quando dirigiu o Náutico nos anos 60.
A reportagem ainda procurou ontem o corregedor do TCU, o vice-presidente ministro Ubiratan Aguiar, e informou à secretária dele o teor da reportagem. Aguiar, no entanto, não ligou de volta.

Nenhum comentário: