quarta-feira, 27 de agosto de 2008

São Paulo precisa de quatro grandes obras para ser sede

São Paulo, 27 de Agosto de 2008 -
A cidade de São Paulo precisa de quatro grandes obras para receber a Copa do Mundo de 2014, disse o presidente da São Paulo Turismo, Caio Luiz de Carvalho, durante seminário promovido pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), em São Paulo.
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São Paulo, 27 de Agosto de 2008 - A cidade de São Paulo precisa de quatro grandes obras para receber a Copa do Mundo de 2014, disse o presidente da São Paulo Turismo, Caio Luiz de Carvalho, durante seminário promovido pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), em São Paulo. A primeira é a construção da linha quatro do metrô, que contará com a estação São Paulo/Morumbi, que ficará a 1,2 quilômetros do estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi). O investimento, do Governo do Estado, atinge R$ 17 bilhões e a estação estará pronta em 2012.
Já a avenida perimetral, que vai ligar a Ponte João Dias, no bairro de Santo Amaro, até a praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao estádio, receberá investimento de cerca de R$ 20 milhões, bancado pela Prefeitura de São Paulo, e deve ficar pronta em 2009. A terceira obra será a modernização e a ampliação do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). "Será o grande aeroporto da Copa do Mundo", afirmou Carvalho. A meta é que Viracopos atinja uma capacidade de 60 milhões de passageiros por ano, em relação aos atuais três milhões Segundo Carvalho, a escolha pelo aeroporto de Campinas aconteceu porque Cumbica (18 milhões de passageiros/ano) e Congonhas (17 milhões/ano) estão saturados.
A quarta obra, mas não menos importante, é a modernização do estádio do Morumbi, que concorre para ser palco da abertura da Copa - o Maracanã receberá o desfecho do evento. O investimento nas obras de adequação do Morumbi, capitaneadas pelo arquiteto Ruy Ohtake, serão da ordem de R$ 30 milhões a R$ 35 milhões, custeadas pelo São Paulo Futebol Clube (SPFC). Serão três grandes mudanças: a construção de um centro de imprensa com 4 mil lugares e uma redação para 600 jornalistas, um estacionamento com capacidade para 4,8 mil carros e a cobertura do estádio, que terá capacidade para 62 mil pessoas - atualmente são 75 mil. As obras, informa Ohtake, estarão prontas até meados de 2013, quando será realizada no País a Copa das Confederações, um ensaio para a Copa do Mundo. Segundo Ohtake, o clube já negocia parcerias privada para as obras.
Para Carvalho existem dois gargalos para a cidade receber a Copa: ajudar o SPFC a encontrar parceiros privados para a reforma do Morumbi e a falta de infra-estrutura aeroportuária, que será sanada com a ampliação de Viracopos. Ele afirmou ainda que dificilmente estádios privados, com o Morumbi, do SPFC, irão receber verbas públicas. Ele não concorda com a "obsessão" para a construção de estacionamento no Morumbi, uma vez que o metrô chegará ao estádio. Ele citou também uma pesquisa que mostra que existem 63 mil vagas nos arredores do estádio.
A Alemanha investiu cerca de € 2 bilhões na construção e reforma de estádios para receber a Copa de 2006. "Aqui a demanda por investimentos é maior", diz Carvalho. A cidade de São Paulo recebe cerca de 12 milhões de visitantes por ano. No ano da Copa, esse número deve subir para 15 milhões. Para o presidente do Sinaenco, José Roberto Bernasconi, o Brasil está atrasado para receber a Copa do Mundo. "Não há um estádio em situação perfeita, nem mesmo o Engenhão (localizado no Rio e construído para o Pan-Rio 2007)", disse.
Segundo ele, o País não pode repetir os mesmos erros cometidos na organização do Pan, quando o investimento aumentou dos iniciais R$ 400 milhões para R$ 3,5 bilhões, e nenhum legado foi deixado para a cidade. "O Engenhão é uma pérola no meio de um lugar deteriorado, de péssima qualidade", afirmou Bernasconi, citando o exemplo positivo de Barcelona, cidade que se remodelou após receber as Olimpíadas de 1992. O investimento para a construção e a modernização de estádios representa de 10% a 15% do montante que é gasto para realizar uma Copa do Mundo, informou Bernasconi.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(Gustavo Viana)

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