segunda-feira, 16 de abril de 2007

Organizadas proibidas nos estádios pernambucanos

16/04/2007 13h21 Violência
Organizadas proibidas nos estádios pernambucanos
O estado de saúde de Veronaldo Silvino dos Santos, 21 anos, continua inalterado. Atingido por uma pedra na cabeça quando se dirigia ao Arruda para assistir ao Clássico das Multidões, na última quarta-feira, o estudante continua em coma - a indução, no entanto, foi cessada no sábado - no Hospital da Restauração, respirando com o auxílio de aparelhos e corre risco de morte. Veronaldo sofreu afundamento de crânio e foi operado no mesmo dia do incidente. A impunidade das torcidas organizadas, no entanto, terá, a partir de amanhã, um adversário jurídico.O Juizado Especial Cível e Crimial do Torcedor (Jetep) publica no Diário Oficial do Estado uma portaria proibindo a presença das organizadas nas partidas realizadas nos estádios. Dentro e num raio de cinco quilômetros da praça esportiva. A portaria estabelece ainda que os integrantes sejam caracterizados como crime de formação de quadrilha, que prevê reclusão de um a três anos. A intenção do Jetep com a decisão, que já estará em vigor na partida Náutico x Corinthians, quarta-feira, é aumentar o rigor no combate aos abusos das torcidas organizadas. Segundo a definição do próprio juizado, é considerado uma organizada um grupo de dez ou mais torcedores que estejam entoando gritos de guerra com provocações ou praticando atos violentos. A decisão foi adotada e anunciada após a confusão no Clássico das Multidões da última quarta-feira, quando integrantes da Inferno Coral e Torcida Jovem entraram em conflito antes, durante e depois da partida. Veronaldo foi uma das vítimas da violência das organizadas. O estudante estava se dirigindo a entrada do Arruda quando foi atingido por uma pedra arremessada pela Inferno Coral, de dentro do estádio.Veronaldo não foi a única pessoa ferida, no entanto. No intervalo do clássico, mais de 20 torcedores foram atendidos pelos médicos que estavam no estádio, vítimas de pedradas. Após o final da partida, alguns jogadores do Sport precisaram da escolta do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) para descer para o vestiário, pois os torcedores da Inferno Coral continuavam atirando pedras no gramado.Da Redação do PERNAMBUCO.COM, com informações do Diario de Pernambuco

Um comentário:

União dos Torcedores Brasileiros disse...

É lamentável o que aconteceu com o Veronaldo e é condenável a atitude de alguns torcedores que jogaram pedras. Mas temos de estar conscientes, que estes atos foram praticados por uma minoria. Eles não justificam a proibição das torcidas organizadas. Milhares de membros, que nunca foram violentos estão sendo punidos e criminalizados por um Juizado, que não tem a coragem de tomar medidas mais eficientes, como a exigência de estádios seguros, uma polícia mais preparada, um atendimento aos torcedores e um combate contra a corupção e a desorganização. O torcedor é a figura mais frágil neste cenário. Eles estão sendo criminalizados como uma quadrilha. A torcida é a comunidade e a identidade deles, que estam sendo roubadas.