segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Copa-2014 transforma CBF em midas da política

Folha de São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

Seis anos após as CPIs, entidade é cortejada por todas as esferas de governo

DA REPORTAGEM LOCALO
iminente anúncio da Copa do Mundo de 2014 no Brasil tornou refém da CBF a cúpula do mundo político brasileiro.Se há quase seis anos Ricardo Teixeira, presidente da entidade, padecia em meio a CPIs no Congresso, hoje tem trânsito livre no Palácio do Planalto e em todos os governos do país.Com pretensões eleitorais que miram 2008, 2010 e 2014, os principais líderes da política brasileira não querem ficar fora da foto que marcará o evento de terça, em Zurique. Muito menos da realização do Mundial.
O resultado é a formação de uma aliança heterodoxa, que reúne o presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, os governadores tucanos Aécio Neves (Minas) e José Serra (São Paulo) e o deputado Ciro Gomes (PSB), trio sempre lembrado para a sucessão no Planalto.
A boa relação deles com Teixeira acaba fazendo com que os parlamentares de Brasília, quase sempre subordinados a "interesses das bases", dispensem tratamento privilegiado à CBF.
Ao fim da CPI do Futebol, no Senado, que sugeriu o indiciamento do cartola ao Ministério Público em dezembro de 2001, Álvaro Dias (PSDB-PR) comemorou a aprovação do relatório final dizendo que ele ajudava a melhorar a imagem da Casa.
Hoje, é a Casa, a reboque dos governos, que procura ajuda de Teixeira. É ele quem, desta vez, dá as cartas. E as sedes.

Nenhum comentário: