sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Ensaio de 2014 prevê Copa elitizada

22/11 - 08h23

http://www.tricolormania.com.br/noticias.asp?cod=53345

O primeiro jogo do Brasil em casa depois de o país ter sido anunciado como sede da Copa de 2014 foi muito mais elitizado que costumam ser as partidas de futebol no país. Porém, ainda que minimizados, alguns tradicionais contratempos se repetiram -no caso da dificuldade para estacionar o carro, até se agravaram.

A chegada dos 65.379 pagantes lembrava a chegada do público a um show musical, como os que o Morumbi também recebe eventualmente.

O número de mulheres e crianças era bem maior que o habitual nos estádios paulistas. E grande parte do público atendeu ao pedido da CBF, comparecendo com camisas amarelas e da seleção brasileira.

Retrato de um grupo de espectadores mais elitizado, o número de camisas oficiais exibidas nas arquibancadas era aparentemente maior que o de uniformes piratas.Outro reflexo disso eram os preços praticados nos estacionamentos: R$ 100, em parte decorrentes também da operação da prefeitura paulistana para combater o comércio informal nos arredores do Morumbi. Inúmeros estacionamentos no entorno do estádio, que operavam sem alvará de funcionamento, foram lacrados.

Nas ruas que circundam o estádio são-paulino, apenas três estacionamentos estavam abertos. E um deles havia firmado convênio para atender com exclusividade os freqüentadores de um dos camarotes -assim, acabou vetado para torcedores que o procuravam.

Outra dificuldade encontrada pelo torcedores, como reflexo da ação da prefeitura, foi a restrição para comer na porta do estádio. No bolsão em que costumam funcionar barraquinhas de lanches, havia só duas tendas da prefeitura.

O problema é que, dentro do estádio, não houve reforço na alimentação oferecida ao torcedor "comum". O cardápio apresentado nos espaços mais populares foi o de sempre no Morumbi: kits do Habib's, biscoitos e amendoim.

Para quem foi aos camarotes, porém, a fome não foi problema. Na falta de sanduíches de pernil e cachorros-quentes antes de entrar no Morumbi, os ocupantes daqueles setores tiveram à disposição um bufê, com as mesmas iguarias.

Em alguns setores, além dos sanduíches tradicionais de estádios, havia à disposição também sopa e risoto, fornecidos por uma empresa que costuma servir a um luxuoso espaço de eventos na capital paulista.

Além dos quitutes, os felizardos freqüentadores de alguns camarotes tinham ainda atrativos extracampo, como máquinas de videogame.

Bebidas alcóolicas também foram consumidas pelo público. Mais uma vez, quem esteve nos setores mais exclusivos teve maior tranqüilidade. Em alguns camarotes, garçons serviam os torcedores.

Já o torcedor "comum" continuou sem autorização para beber cerveja dentro do estádio. E teve mais problemas que de costume para fazê-lo fora.

Com maior rigor do policiamento, os ambulantes não negociavam seus produtos em caixas de isopor, mas andavam com sacolas e anunciavam cerveja de forma discreta, para não chamar a atenção da PM, que posicionou cerca de 2.000 homens nos principais corredores de acesso ao Morumbi.
Fonte: Folha de São Paulo

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