quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Estatuto do Torcedor não foi cumprido

Folha deSão Paulo, 28.11.07

DA REPORTAGEM LOCAL DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

A dificuldade na remoção dos feridos na Fonte Nova no domingo escancarou a inobservância de mais de um dispositivo do Estatuto do Torcedor.
A lei garante expressamente como direito do espectador "a organização das imediações do estádio (...), bem como suas entradas e saídas, de modo a viabilizar, sempre que possível, o acesso seguro e rápido ao evento, na entrada, e aos meios de transporte, na saída".
A aglomeração de torcedores no entorno do estádio foi ainda maior em razão da presença de um trio elétrico que embalaria a festa pela promoção do time à Série B. Não por outra razão, a PM estimou que, no momento do acidente, havia no estádio mais de 75 mil pessoas -25% mais que os 60 mil assentos.
A Federação Bahiana de Futebol alega ter cumprido a determinação do estatuto, de elaborar plano de ação referente a segurança e transporte dos torcedores, como exige a lei.
Mas admite que o plano não foi divulgado ao público, como manda a lei de proteção aos fãs em seu artigo 17, parágrafo 3º.Mesmo antes da tragédia, a confusão nos arredores da Fonte Nova era grande.
A Folha chegou ao estádio duas horas antes do apito inicial e constatou que havia poucos policiais para orientar os torcedores: do efetivo de 485 policiais que, segundo a federação baiana, trabalharam na partida, a reportagem não contou mais de 30 do lado de fora.
A respeito das providências médicas exigidas pelo estatuto -uma ambulância, um médico e dois enfermeiros a cada 10 mil torcedores esperados-, as viaturas foram vistas pela Folha. E a federação disse que havia o número determinado de médicos e enfermeiros.

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