terça-feira, 4 de março de 2008

Experiências bem-sucedidas em estádios são mostradas em Pernambuco

Seminário

Publicado em 28.02.2008, às 19h59
Do JC OnLine

http://www.segurancacidada.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=355&Itemid=145

http://jc.uol.com.br/2008/02/28/not_162063.php

O I Seminário Internacional Segurança com Cidadania nos Estádios de Futebol chegou ao segundo dia com o relato de experiências positivas realizadas no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro para reduzir os índices de violência tanto dentro dos estádios quanto nos arredores. No Rio, o major Marcelo Viana Pessoa, comandante do Gepe (Grupo Especial de Policiamento em Estádios) defendeu com veemência a iniciativa de expor torcedores violentos e uma atitude diferente dos policiais que fazem a segurança em locais de jogos.
Já no Rio Grande do Sul, o tenente-coronel Ângelo Antônio Vieira da Silva atentou para um ponto que virou notícia nos últimos dias no futebol pernambucano: a parceria da Polícia com a Federação de Futebol local na elaboração das tabelas. Na última rodada do primeiro turno do Campeonato Pernambucano, os três grandes clubes da Capital tinham jogos marcados para domingo (2) mesmo horário em seus respectivos estádios. O Batalhão de Choque alegou impossibilidade de garantir a segurança e o jogo do Santa Cruz com o Central teve que ser antecipado para a noite do sábado (1).
O major Marcelo lembrou que conseguiu bons resultados quando passou a negociar com as chamadas torcidas organizadas. "O principal é atingir o bolso deles, proibir de entrarem com faixas, bandeiras e cornetas. Se eles não aparecem, não tem como vender suas imagens. Com o tempo e o bom comportamento, liberamos paulatinamente", contou. Hoje me orgulho de até votar para presidente de algumas organizadas.
Porém nem tudo foram sempre flores. No início, a animosidade entre os grupos rivais chegou a tal ponto que integrantes de torcidas organizadas de Flamengo e Vasco atracaram-se em plena reunião com a PM. "Eles começaram a brigar ali na minha frente. Levei todos para a delegacia. Depois, restringimos as reuniões com organizadas do próprio clube e membros de duas torcidas do Flamengo também brigaram. Também foram presos", lembrou.
O segredo, para Marcelo, é tratar os torcedores com dignidade, pois, como ele lembrou, são cidadãos e também consumidores. Mas esse tratamento também passa pela figura do policial. O primeiro questionamento dele foi em relação ao equipamento, considerado pesado demais. "Os policiais eram revoltados com a torcida e vice-versa. Vários responderam processo por abuso de autoridade e mudar o pensamento da polícia foi até mais difícil. O policial tem que trabalhar no estádio bem fardado, bem alimentado e devidamente instruído para o serviço. Quando os torcedores são tratados com dignidade, agem com dignidade", arrematou.

PORTO ALEGRE - No Rio Grande do Sul, a ênfase é dada no planejamento, que vai desde a saída dos torcedores e itinerário percorrido pelos ônibus até os locais das partidas. O comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, Ângelo Antônio Vieira da Silva disse que o auge da violência foi atingido em 2006, quando torcedores do Grêmio atearam fogo em vários banheiros no Beira-Rio, num clássico com o Internacional. "Chegou-se a cogitar que os clássicos teriam apenas uma torcida. Será que é esse o futebol que nós queremos?", questionou.
Uma das medidas tomadas nos Pampas é a limitação de passageiros em ônibus para reduzir a depredação. "Em dias de jogos, a quantidade de ônibus é ampliada e só podem viajar pessoas sentadas. O anonimato ajuda muito a quem quer apenas destruir.
Isso fez com que a quantidade de veículos quebrados reduzisse bastante", lembrou. Outra medida, essa ainda não fechada, é um projeto de lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios e no entorno dos mesmos em dias de jogos. "O álcool potencializa as transgressões. Esse projeto ainda está em tramitação na Assembléia Legislativa", informou.

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