Torcedor flagra abuso de autoridade de PM após clássico Atletiba

Policial aponta e dispara tiro de borracha contra torcedor. Vandalismo aumenta em 400% do 1º primeiro clássico do ano para o deste domingo

05/05/2008 | 17:11 | Eduardo Luiz Klisiewicz atualizado em 05/05/2008 às 19:39

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O clássico Atletiba – que terminou com a vitória do Atlético, mas com o título do Campeonato Paranaense ficando com o Coxa – teve um saldo bastante negativo após seu término na noite deste domingo (4). Durante a dispersão dos torcedores, confrontos de ambas as torcidas com policiais militares mancharam a belíssima festa dentro do estádio.
Na saída da torcida do Atlético, houve uma grande confusão. Entre bombas de efeito moral e até um carro destruído e “tombado” na frente da Arena, policiais foram flagrados disparando balas de borracha contra torcedores que, pelas imagens, não envolvidos no tumulto. O torcedor Marcelo Basso, que acompanhava a confusão, flagrou em imagens a ação exagerada de PM.
Força excessiva
Um outro caso de abuso de força após jogos na Arena da Baixada manchou a ação da Polícia Militar. Em 30 de outubro de 2005, após um jogo entre Atlético e Paraná, os torcedores Narayana Cardozo e Jeferson Roberto Padilha foram atingidos por tiros de balas de borracha.
A torcedora perdeu 90% da visão do olho direito e o amigo também teve lesões na face. O cabo da PM Cristiano Araújo Pedro foi absolvido no processo criminal por agressão movido pelo Ministério Público do Paraná por falta de provas.
Na gravação, os policiais andam em grupo apontando armas para torcedores que ainda estavam na Arena e para outros que estavam ao redor. Quando Basso direcionou seu celular para um deles, o PM apontou e disparou um tiro de bala de borracha contra ele. O torcedor caiu no chão e ainda conseguiu registrar em seu braço o ferimento causado pelo tiro.
Ainda não houve nenhuma denúncia contra o policial. Segundo a assessoria de imprensa da PM, toda e qualquer denúncia de abuso de autoridade é investigada por um processo administrativo interno. A reportagem tentou entrar em contato com o major Flávio Correia, responsável pelo policiamento durante o clássico, mas não teve sucesso. A assessoria afirmou não ter tido acesso às imagens e, por isso, não iria comentar o tiro disparado contra o torcedor.

Patrimônio destruído

Além da confusão ao redor do estádio, o saldo foi negativo para o transporte público da cidade. Ao todo 29 ônibus foram depredados. Os prejuízos financeiros ainda não foram contabilizados, mas para os usuários a falta destes ônibus circulando foi bastante sentida.
De acordo com a assessoria de imprensa da Urbs, empresa que administra o transporte coletivo de Curitiba, foram 53 vidros laterais e um pára-brisas quebrados, duas janelas e dois alçapões foram arrancados, assim como duas luminárias, um espelho, uma lanterna e uma chapa lateral de embarque e desembarque que foram destruídos.
Houve um aumento considerável nos atos de vandalismo em relação à primeira partida da final do campeonato, no domingo anterior (27), quando 19 ônibus foram depredados. O jogo Atletiba anterior, realizado em 20 de janeiro de 2008, resultou em sete ônibus depredados.