quinta-feira, 1 de maio de 2008

Trem-bala criará megalópole entre Campinas, São Paulo e Rio

Publicada em 01-05-2008

Maria Teresa Costa / Agência Anhangüera

http://www.cosmo.com.br/cidades/campinas/integra.asp?id=224912

(01/05/2008) A implantação do trem de alta velocidade TAV, ou trem rápido, abre a perspectiva de transformar Rio, São Paulo e Campinas em uma megalópole, uma vez que esse meio de transporte rápido irá proporcionar o aumento da freqüência das pessoas entre as três cidades, disse ontem o secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Júlio Lopes, em audiência pública na Comissão de Aviação e Transporte da Câmara Federal. Pesquisa Ibope realizada com 2 mil moradores do Rio de Janeiro e São Paulo em novembro e dezembro do ano passado constatou que 86% das pessoas que viajam entre Rio e São Paulo por motivos diversos trocariam outros meios de transporte pela segurança, rapidez e o conforto do trem de alta velocidade.

"O trem trará desenvolvimento aos dois estados", disse o secretário em uma audiência convocada pelo deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP). A discussão do trem rápido lotou o plenário e teve a presença, inclusive, de representantes da Embaixada do Japão e da empresa Mitsui que já anunciou que participará do leilão de concessão.

Estudos feitos pela italiana Italplan indicam que serão necessários investimentos de US$ 9 bilhões no trecho entre São Paulo e Rio, elevando para US$ 11 bilhões com a inclusão do trecho até Campinas.

A grande aposta dos estados na ligação rápida é a possibilidade de levar desenvolvimento econômico e reestruturação urbana no caminho do trem. Um dos estudos existentes sobre o trem, feito pela Italplan, estima uma demanda de 35 milhões de passageiros ano no trem rápido, mas é um dado, que segundo Júlio Lopes, pode ter sido estimado timidamente. A pesquisa Ibope mostrou que embora Rio e são Paulo sejam regiões próximas, 68% dos paulistas pesquisados ainda não visitaram Rio e 44% dos cariocas não visitaram São Paulo.

Além de Lopes, participaram da audiência o presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, José Francisco das Neves, o coordenador de Planejamento e Gestão da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Renato Carvalho Viegas, o superintendente de Serviços de Transportes de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Marcus Felipe de Almeida, o superintendente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Henrique Amarante da Costa Pinto.

"Só mesmo uma crise de mobilidade pode explicar por que cidadãos que vivem tão perto nunca tenham se visitado. O TAV vai agregar demanda e trazer mais desenvolvimento para as três metrópoles, que concentram grande parte da economia do País", afirmou Lopes. O Ibope constatou que se o trem existisse, 71% das pessoas visitariam o estado vizinho com mais freqüência e ainda que se o trem e o avião tivessem a mesma tarifa, 63% utilizariam a primeira opção e apenas 35% fariam o percurso pelo ar.

Júlio Lopes lembrou que existem alternativas para aumentar a demanda de passageiros, como horários promocionais e tarifas diferenciadas, viagens mais baratas à tarde ou à noite, promoções nos fins de semana e feriados, vagões de primeira e segunda classe, etc.

Do lado econômico, a análise é de que o trem trará aquecimento do mercado imobiliário com a construção de novos centros e parques empresariais, melhorias e fortalecimento da infra-estrutura, como serviços públicos, transporte local e regional, atração de investimentos estrangeiros, permitindo desenvolvimento dos sistemas de educação e treinamento.

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