12/03 - 07h34
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A partir de 2010, exclusivamente pessoas cadastradas em um sistema nacional de torcedores serão admitidas nos estádios que abrigarem partidas da primeira e da segunda divisões do Campeonato Brasileiro.
O sistema terá cobertura nacional graças a termo de cooperação a ser assinado, amanhã, entre Conselho Nacional de Justiça, ministérios do Esporte e da Justiça, CBF e Conselho Nacional dos Procuradores- -Gerais do Ministério Público dos Estados e da União.
Tanto os integrantes de organizadas quanto os torcedores comuns receberão um cartão eletrônico com o registro de suas digitais ao se cadastrar.
Ao passar pelas catracas de estádios com capacidade superior a 10 mil pessoas, o acesso será permitido caso sua digital coincida com a que consta no cartão. Assim, por causa dessa conferência, será inútil um torcedor passar seu cartão a outro.
O uso desse cartão eletrônico impedirá também, ao menos na teoria, a ação de cambistas ao redor dos estádios de futebol.
A União arcará com as despesas para a implantação do novo sistema de catracas nos estádios onde a tecnologia não está presente. No Beira-Rio, por exemplo, o sistema já opera.
O processo de cadastramento terá início no segundo semestre deste ano, e a obrigatoriedade da conferência de digitais passará a valer em 2010.
O pré-cadastramento poderá ser feito via internet. O governo federal planeja ampla campanha de divulgação. O torcedor vai se cadastrar pelos postos montados em vários Estados.
Está previsto que estádios com capacidade superior a 10 mil pessoas contem com um sistema de monitoramento de vídeo para coibir abusos da parte das autoridades policiais.
O sistema, chamado de Infoseg, vai unificar todas as informações dos torcedores cadastrados. Quem não puder entrar no estádio ficará em uma lista.
"Se ele [torcedor] é foragido da Justiça baiana, o delegado em Porto Alegre vai ficar sabendo", explica Alcino Reis, secretário nacional do Futebol.
O monitoramento será acompanhado de mudanças no Estatuto do Torcedor que criminalizam a violência nos estádios, como revelou a Folha em janeiro deste ano. Esse é um projeto de lei que precisará de aprovação no Congresso.
Também passarão a ser definidas penas para quem vender ingressos a preços abusivos ou tentar manipular resultados.
As punições, em alguns casos, poderão chegar a até seis anos de prisão, mais multa.
Ao criminalizar a desordem e o vandalismo, o governo federal atende, enfim, à reivindicação de representantes do próprio governo, autoridades do Judiciário e também cartolas.
Fonte: Folha de São Paulo
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