17/06/2009 - 09h07
Para órgãos, mau comportamento da torcida prejudica serviços
http://esporte.uol.com.br/futebol/violencia-no-futebol/2009/06/17/ult7499u5.jhtm
Eduardo Ohata e Mariana Bastos
Da Folhapress
A "questão cultural" foi, de forma unânime, apontada por todos os personagens responsáveis como complicador pelo bom andamento do extracampo dos jogos de futebol. A participação da população para melhorar o espetáculo é cobrada.
No Procon, no ano foram registrados "0" reclamações por torcedores relacionados aos seus direitos no Estatuto do Torcedor. A teoria no órgão é de que quem vai ao estádio não se vê como consumidor, mas só como torcedor. Ou seja, teme reclamar e prejudicar o time.
A Secretaria de Esporte de São Paulo (Seme) aponta que o vandalismo impede que cadeiras substituam o cimento. "A cada jogo, vários assentos são arrancados e destruídos. A ideia é instalar assentos em todo o estádio, mas enquanto não houver exemplares que resistam à festa das torcidas, o cimento seguirá", afirma o órgão.
Sobre o fato de torcedores assistirem aos jogos fora de seus assentos ou até em cima de guarda-corpos, a secretaria explica que "culturalmente, as torcidas assistem as partidas em pé, dançando e cantando".
Quem concorda com essa fórmula é o ouvidor da Copa do Brasil, Antônio Álvares Miranda Filho. "É um processo que demanda conscientização, já que não é de fácil controle."
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), é impossível impedir o tráfego de pedestres entre os carros nas ruas ao redor do estádio. O principal motivo é que "não dá para multar os pedestres".
Sobre a questão dos flanelinhas, a Secretaria de Esporte diz que coibir suas ações é uma missão da PM. Mas lembra que "é problema até social, é preciso que o cidadão denuncie".
Explicação na mesma linha é dada sobre os tradicionais banheiros encharcados. "Isso acontece por conta da má utilização [dos torcedores]. Entopem as pias e deixam torneiras abertas propositadamente."
Para a secretaria, o mesmo vale para os cambistas. "É preciso que torcedores só comprem ingressos nos pontos oficiais de venda. Em caso de denúncias de irregularidades envolvendo funcionários do estádio e da empresa contratada, a Seme tem procurado apurar."
O major José Balestiero Filho, responsável pelo policiamento em estádios, reconhece que a PM tem dificuldades para coibir a venda de ingressos fora das bilheterias pois não há na legislação algo que criminalize a atividade. Mas, acrescenta que parcela da culpa é do torcedor, que incentiva a atividade.
"O grande problema é que a população ainda continua comprando ingresso dos cambistas", afirma o major.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário