Folha de São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Civil do Rio prendeu ontem dez integrantes de quadrilha que venderia ilegalmente ingressos do jogo de hoje do Flamengo no Maracanã.
Dois funcionários da "cúpula" da BWA, empresa que imprime e comercializa os bilhetes para o clube carioca, estão entre os presos, diz a polícia.
Para o delegado Rodrigo Oliveira, diretor do Departamento de Polícia Especializada, o grupo poderia lucrar só no jogo de hoje cerca de R$ 4,5 milhões.
Todos os envolvidos serão indiciados por crime contra economia popular e formação de quadrilha. No total, seis funcionários da empresa foram presos, além de quatro cambistas, sendo um guarda municipal. Os nomes não foram divulgados.
Na operação, batizada de ""gol de mão", 8.000 ingressos do jogo foram apreendidos pelos policiais dentro da empresa.
A quadrilha era monitorada desde setembro. Segundo o delegado, desviava cerca de 20% e repassava a cambistas. Só no jogo deste domingo, 15.200 ingressos iriam para cambistas. O ágio poderia chegar até a 650%. Pelo esquema, os clubes não tinham prejuízo já que a empresa pagava o valor do bilhete.
Na quarta-feira, os últimos bilhetes foram vendidos no Maracanã. Na ocasião, cerca de 20 mil torcedores do Flamengo entraram em confronto com a polícia. O último lote tinha apenas 5.000 ingressos. Para a partida decisiva do Flamengo, a BWA imprimiu 78 mil bilhetes.
Na ação policial, foram encontrados na casa de dois supostos chefes do esquema documentos, computadores, celulares e duas armas.
Em nota, a BWA afirmou que os ingressos apreendidos "são gratuitos para menores de 12 anos, maiores de 65 anos e cadeirantes desde que estejam acompanhados de pessoas que já possuam um ingresso, tudo especificado no verso".
Disse ainda que "os ingressos ficam guardados em uma sala do estádio e são entregues aos fiscais da Suderj (administradora do Maracanã) e funcionários do Flamengo somente na abertura dos portões".
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