Folha de São Paulo, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, isentou os clubes de culpa pela violência protagonizada por suas torcidas organizadas.
"O que o clube pode fazer? Ele tem poder de polícia? Pode prender, processar? O clube é uma entidade civil sem fins lucrativos", disse o dirigente, que ficou sabendo pela reportagem dos incidentes ocorridos antes, durante e depois do clássico.
O mandatário palmeirense disse que, "enquanto o problema for empurrado com a barriga, serão feitas sempre as mesmas perguntas". "Tem legislação parada no Congresso para isso. Alguém vota?", questionou o cartola.
Belluzzo também disse ser impossível controlar a relação promíscua entre alguns dirigentes do clube e membros das facções, a exemplo do que ele mesmo admitiu ocorrer no Palmeiras.
"O que eu posso fazer é abrir uma sindicância interna, apontar que a pessoa tem ligação [com a torcida]. Mas isso é crime? Não posso expulsar o cara do clube ou obrigá-lo a deixar de ter [ligação com a organizada]. Não tenho poder para mudar a conduta dele", afirmou.
Historicamente, a Mancha Alviverde tem ligação política com o Palmeiras. Alguns de seus integrantes já fazem parte do Conselho Deliberativo, que é responsável, entre outras coisas, por escolher o presidente da agremiação.
Belluzzo também voltou a negar que declarações suas dadas durante a festa de aniversário da escola de samba Mancha Verde, em outubro do ano passado, possam ter influenciado a conduta violenta dos torcedores. Na ocasião, o dirigente afirmou: "Vamos matar os bâmbis". Esse é o apelido pelo qual os rivais chamam o São Paulo.
"Já disse que isso foi dito no contexto do futebol." Questionado se essa interpretação ficou clara para a massa de torcedores presentes àquela festa, Belluzzo declarou que sim. "Qualquer débil mental entendeu isso."
terça-feira, 2 de março de 2010
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