Fotos: http://esporte.uol.com.br/album/rio2016_album.jhtm
13/02/2009 - 13h00
http://esporte.uol.com.br/ultimas/2009/02/13/ult58u1389.jhtm
Bruno Doro
No Rio de Janeiro O sucesso do Pan-Americano de 2007 é o grande trunfo do Rio de Janeiro para abrigar os Jogos Olímpicos de 2016. Entretanto, no dossiê de candidatura que foi enviado ao Comitê Olímpico Internacional, os cariocas voltaram a apostar em obras e projetos que fracassaram para o evento de dois anos atrás.
Um dia após o prazo do COI para a entrega do documento, o Comitê de Candidatura realizou um evento no Rio de Janeiro para mostrar seus planos. Logo na introdução do item "Conceito dos Jogos", é anunciado que o "Rio irá entregar jogos no mais alto nível, aproveitando a experiência dos Jogos Pan-Americanos".
O Pan pode ter sido um sucesso, mas em sua preparação, uma série de projetos foi abandonado ou alterado, por diversas razões. E alguns deles voltaram a ser lembrados, para o planejamento olímpico, como a Marina da Glória, o estádio de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas ou a despoluição das lagoas da Barra da Tijuca.
Na Marina e no estádio de remo, por exemplo, as obras para o Pan foram embargadas pelo Iphan, para proteger projetos tombados pelo patrimônio histórico nacional - a vista do Parque do Flamengo, onde fica a Marina, é um desses casos. Para 2016, os dois locais fazem parte do projeto.
Para abrigar as Olimpíadas, a Marina da Glória, por exemplo, requer obras permanentes e de adequação, segundo o dossiê, que custariam US$ 22 milhões (em cotação atual). Com o estádio de remo, o custo seria de US$ 20,5 milhões.
Outro ponto que não deu certo há dois anos foi a despoluição das lagoas da Barra - a competição de esqui-aquático, inclusive, estava prevista para a Barra, mas foi transferida para a Lagoa Rodrigo de Freitas. O dossiê olímpico lista a despoluição da Lagoa de Jacarepaguá, que fará divisa com a Vila Pan-Americana e com o Parque Olímpico de Jacarepaguá, além de obras na lagoa Rodrigo de Freitas, a um custo de US$ 165 milhões, já previstos pela Cedae (Conpanhia Estadual de Águas e Esgotos) em parceria com a iniciativa privada.
Além disso, outros aspectos também levantam comparações entre 2007 e 2016. Nos transportes, por exemplo, o projeto de 2016 prevê a criação de três corredores exclusivos de ônibus chamados BRTs (Bus Rapid Transport, em inglês), que ligariam a Barra da Tijuca, coração dos Jogos, às Zonas Norte e Sul, além de Deodoro. Para o Pan, estavam previstos a ampliação do metrô até a Barra, mas o sistema de transporte efetivamente usado foi baseado em ônibus.
Já a Vila Olímpica e de Mídia (que abrigará imprensa e oficiais durante os Jogos) seguem o mesmo conceito da Vila Pan-Americana: a criação de empreendimentos imobiliários gigantescos, que durante as Olimpíadas serviriam para acomodar os envolvidos com a competição e depois virariam moradia de alto padrão. O problema, porém, é que um ano e meio após o Pan, o local continua desabitado.
Outro local que pode complicar a vida dos organizadores é o autódromo de Jacarepaguá, que será destruído para dar lugar ao Parque Olímpico. Para o Pan, a obra das três instalações construídas no local - Arena Multiuso, Parque Aquático Maria Lenk e Velódromo - foi interrompida diversas vezes por ações judiciais contra alterações no autódromo.
O novo Parque Olímpico abrigaria competições de ginástica, ciclismo, desportos aquáticos (incluindo a construção de um novo estádio, já que o Maria Lenk é muito pequeno para a natação olímpica), basquete, judô, taekwondo, lutas, handebol, hóquei e tênis. O plano, segundo o Comitê Olímpico Brasileiro, é que o local seja erguido mesmo com a derrota da candidatura carioca, para abrigar centros nacionais de treinamento de esportes como handebol, basquete, tênis e hóquei, por exemplo.
As dificuldades para isso não seriam apenas as ações judiciais para salvar o autódromo, mas a desapropriação da área. Uma comunidade carente, por exemplo, cerca o autódromo de Jacarepaguá.
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